Lançado pela OMO em 2016 para “salvar” suas roupas da chuva, o tal smart-peg nunca chegou às prateleiras e já virou peça de museu da Internet das Coisas.
Item | Detalhe |
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Ano de criação | 2016 (protótipo apresentado na Austrália) (Roger Calaf, TecMundo) |
Ano de morte | ~2017* – projeto engavetado, app fora do ar e zero sinal de lançamento comercial |
Preço prometido | “Dezenas de dólares” (estimativa da própria imprensa) → US$ 35 ≈ R$ 179 hoje (New Atlas) |
Funções | Sensores de umidade, temperatura, luz + Wi-Fi para avisar no celular: “Vai chover, corre pro varal!” |
Por que fracassou? | Bateria tinha de ser carregada TODO dia, fazia o mesmo que qualquer app de previsão do tempo e custaria caro para um… pregador. |
*Não houve anúncio oficial de “descontinuação”; o silêncio absoluto depois de 2016 já diz tudo.
O que diabos era o Peggy?

A OMO (Unilever) resolveu surfar na hype da IoT e criou um pregador laranja parrudo com sensores embutidos. A ideia era simples (e meio ridícula): enquanto o pregador ficava pendurado na corda, ele media condições climáticas locais e, conectado ao app do celular, estimava tempo de secagem e mandava alertas se nuvens carregadas se aproximassem. TecMundoGKPB – Geek Publicitário
Hardware de ponta (de ferro de passar)


- Sensores: luz, temperatura, umidade
- Conectividade: Wi-Fi b/g/n
- Energia: bateria Li-Ion recarregável — só que precisava de USB todo santo dia 🙄 New Atlas
“Inovação” com preço salgado
A imprensa australiana calculou que o brinquedinho custaria “tens de dólares”. Traduzindo o marketingês: uns US$ 35. Convertendo na cotação média de hoje (≈ R$ 5,10), daria R$ 179 por UM único pregador — praticamente o valor de um varal novo com roupas dentro. New Atlas
Como (não) lançar um produto
- Hype TV + YouTube
O vídeo promocional vendeu a ideia de “mais tempo com a família” enquanto o pregador fazia o trabalho sujo. - Lista de espera
Só moradores da Austrália podiam se inscrever para testar. Nenhum preço oficial, nenhuma data de entrega. TecMundoGKPB – Geek Publicitário - Silêncio sepulcral
Depois de alguns meses, nenhum tweet, nenhuma atualização do app. Quem entrou na fila continua pendurado até hoje.
Por que afundou?
- Bateria diária: se é para lembrar de carregar um pregador, eu prefiro lembrar de recolher a roupa.
- Redundância total: qualquer app de clima faz a mesma coisa — de graça.
- Custo/benefício zero: justificar quase 200 mangos num pregador exige muito detergente.
- Campanha de marketing travestida de produto: Peggy nunca passou de um case publicitário para colocar a OMO nos sites de tecnologia.
- Resultado: virou mais um cadáver na vala das Inovações Duvidosas — e um belo exemplo de como o hype da IoT pode molhar o bolso (e a roupa) de quem embarca sem pensar.